27/07/2007

JBRJ

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é mais uma das muitas atracções turísticas da cidade e já andava na nossa mira há bastante tempo. Após sucessivos adiamentos, apareceu a oportunidade de o visitarmos. Ainda mal tínhamos recuperado das horas de sono mal dormidas na Ilha Grande, já o despertador nos acordava para apanharmos o ónibus para o Rio. O destino, Vila Isabel, onde nos aguardava o nosso guia. O Ricardo, visitante habitual do local, não fosse o seu emprego paredes meias com o recinto, levou-nos pelos caminhos do Jardim com o seu estilo divertido e sempre alinhando nas brincadeiras dos portugas.
A meio da visita ainda fizemos uma deslocação estratégica ao restaurante Couve Flor para retemperar as forças, o que acabou por ser uma das refeições nutricionalmente mais desequilibradas de que há memória devido à imensa mesa de sobremesas.
A tarde terminou na esplanada de um bar de rua na Boa Viagem, em Niterói, com um côco (pouco) gelado nas mãos, uma esplêndida vista sobre o Rio de Janeiro no horizonte e já com um bocadinho do sentimento de nostalgia devido à partida que se aproxima.



P.S. - Carlos, volta, estás perdoado! Necessitamos de alguém que tome a iniciativa para começar a cozinhar ;)

25/07/2007

24/07/2007

Ilha Grande. Parte 1

Ainda sonhavam os galos com o "Corococó!" madrugador de sexta-feira, quando nós, atafulhados de mochilas e com olheiras proeminentes, partíamos rumo à Ilha Grande (193km2), uma das muitas ao largo de Angra dos Reis, com o Ricardo e a Mariana.

Depois da viagem rodoviária, apanhámos a barca de Mangaratiba para Abrãao, a "capital" da ilha. Na verdade, Abraão não era mais do que uma aldeola aberta ao turismo, com parques de campismo e pousadas para os recém-chegados. Sem estradas nem automóveis, o meio de transporte na ilha estava confinado às trilhas pedestres e às traineiras, lanchas e pequenos barcos que por lá ancoravam.

Regateamos o preço da trasfega com um dos marujos, à partida e à chegada (por um mal-entendido negocial quase que a Mariana foi levada como moeda de troca), e navegámos até à Praia Brava, a praia privativa do acolhedor "Camping Paraíso". À nossa espera estava o Paco, um Golden Retriever incrivelmente alegre e meigo que nos recebeu de patas no ar, cumprimentando-nos com um banho de areia e água salgada. No resto do dia, aproveitámos para fazer uma boa caminhada e conhecer algumas praias vizinhas, como Enseada de Palmas, Pouso e Lopes Mendes (a mais "in").

Sábado de manhã, bem cedo, subimos, descemos, saltamos e escorregamos durante uma hora e meia até Abraão, com o Rodrigo e a Natália, um jovem e agradável casal brasileiro que conhecemos no dia anterior. Com eles fizemos um belo passeio de barco, com paragens nos pontos mais interessantes da ilha.

O primeiro foi a Gruta do Acaiá, um beco escuro formado por uma reentrância entre duas rochas com menos de um metro de altura. Agachados, aos solavancos e com frequentes interrupções para dizer "Oh chefe, aponta a luz para cá, que não sei onde estou…", percorremos a "escada" de madeira que nos levou até ao fim do percurso. No final havia água do mar fluorescente, onde se podia mergulhar e observar o habitat natural de um cardume.

Enquanto navegávamos para a Lagoa Verde, deliciámo-nos com fruta fresca no barco. Chegados ao destino, tivemos oportunidade de fazer snorkel e descobrir a maravilhosa fauna e flora marítima da Ilha Grande. Corais verdes, estrelas-do-mar, peixes de várias formas, feitios, tamanhos e cores sobrepujaram as nossas expectativas.

Almoçámos pelas cinco da tarde e voltámos para Abraão, já de noite, à mercê do vento frio. Como voltar a pé para a Praia Brava estava fora de questão, tentámos negociar um barco que nos levasse até lá. Apesar de muito pequeno, o barquito tinha um motor potente e o percurso, iluminado pela Lua e pelas centenas de estrelas no céu, foi rápido. A entrada no areal da Praia Brava foi feita a alta velocidade, com uma travagem repentina, tendo como resultado leves escoriações e risos intermináveis.

No último dia da viagem, domingo, arrumámos os nossos pertences e descansámos na praia, brincando com a energia inesgotável do Paco. Na trilha para o restaurante flutuante, onde fizemos uma refeição balouçante, encontrámos saguis e esquilos pendurados nas árvores, sempre atentos aos nossos movimentos.

Regressámos ao continente numa embarcação familiar e ao sabor do vento quente do Norte, sinal de que a chuva se aproximaria nos dias seguintes.

Carlos