25/03/2007

Rio Scenarium

Porque a vida de estudante de intercâmbio não pode ser só plantões na emergência do Hospital Universitário António Pedro, aulas e exames de Ortopedia, ontem à noite fomos ao Rio de Janeiro. A Cristiane, uma médica interna muito simpática que costuma estar connosco nos plantões de 5ª feira, foi a nossa guia e levou-nos ao Rio Scenarium, situado na agitada zona da Lapa. Também denominado Pavilhão da Cultura, é uma mistura de antiquário/centro cultural de dia e casa de espectáculos/bar/restaurante à noite.
A entrada não é barata e por isso encontra-se um ambiente seleccionado, maioritariamente de cariocas "endinheirados" e estrangeiros (nós incluídos ;) ). No entanto, valeu bem a pena o dinheiro gasto pela decoração do local, ambiente e qualidade da música que passava sobretudo pelo samba, bossa nova e MPB.
Lá demos os nossos passos de dança e as meninas receberam aulas de samba gratuitas da Cristiane. Claro está que ainda não apanharam bem a essência do jogo de cintura, mas acho que com mais algumas aulas a coisa vai lá. Os rapazes é que já se sabe, não há remédio para tamanha rigidez articular... Mais vale nem tentar.
O Nuno e o Carlos recomendam a caipirinha de maracujá.
Foi uma noite bem passada e ficou a vontade de regressar.


Para aguçar a curiosidade aqui fica o link para o site do Rio Scenarium:
http://www.rioscenarium.com.br

21/03/2007

Nós

O grupo na Casa de Trás-os-Montes no bairro da Tijuca.

18/03/2007

Oh mãe, apareci no jornal!


Durante a recepção aos alunos de intercâmbio organizada pela UFF fomos entrevistados por uma simpática jornalista do jornal O Fluminense, o periódico local com maior número de leitores. E não é que fomos escolhidos para figura de capa? A simpatia dos portugueses fez-se notar! Ou isso, ou éramos os que falavam melhor português e por isso a entrevista foi mais fácil... :)


http://www.ofluminense.com.br/ImgConteudo/capa18032007.pdf

14/03/2007

Trabalhar o físico

Ontem, depois de um extenuante dia de aulas e de tempo perdido (literalmente...) na reitoria da UFF a tratar de intermináveis burocracias, fomos ao Clube Português de Niterói na esperança de retemperar as forças. E se cansados chegamos, pior saímos...
Entre braçadas na bela piscina do Clube, musculação, hidroginástica, jump fit e novamente braçadas na piscina, houve exercício para todos os gostos. O momento mais cómico do dia foi quando os rapazes foram obrigados pelo instrutor de musculação a participar no aquecimento da "ginástica" feminina sob pena de não poderem utilizar os aparelhos de musculação (apesar de termos já passado uma boa meia hora na piscina a nadar...). E em que consistiu o aquecimento? Jump fit! Então foi ver os rapazes a tentarem desesperadamente acompanhar os passos da instrutora e restantes elementos femininos presentes. E foi um fartote de saltos na mini cama-elástica ao som de "Se ela dança eu danço" e outros sucessos da música brasileira.
Mas no final parece que até nos safamos bem pois ouvimos comentários positivos das nossas colegas patrícias (será que estariam a tentar que fôssemos mais vezes às ditas aulas? nunca se sabe...).
No final desta épica maratona de exercício físico tivemos oportunidade de deitar por terra todas as energias que tínhamos dispendido nas 2h anteriores. A senhoria da casa onde as raparigas habitam fazia anos ontem e ofereceu um belo repasto a vários convivas, entre os quais se encontrava o grupo dos patrícios. Foi comer pizza à fartazana e emborcar "chopinhos" a ritmo de galope. Escusado será dizer que foi um bocadinho difícil adormecer quando finalmente encontramos as nossas camas tal era o volume das nossas panças...
De referir ainda que vamos passar a poder usufruir das instalações da "academia" do Clube a preço de amigo ;)

Sede...

Quando o calor aperta, a sede desperta...

Itacoatiara - a praia sem dragão


Sábado fomos finalmente passar um dia na praia.. A praia de Itacoatiara é uma das praias oceânicas de Niterói com a capacidade de despertar e acalmar o ideal paradisíaco de cada um de nós. Situa-se a 30 min de ónibus do centro da cidade e os arredores são locais com casas típicas de férias. Jardinzinho, rede para descansar, piscina e tal...
O areal é branco, fino, limpo (!) e rodeado por duas grandes montanhas recheadas por palmeiras e outras plantas exóticas. O mar, apesar de ser bastante frio (mas não tanto quanto as praias do Norte de Portugal) vai fornecendo ao aos banhistas séries de vagas intensas, seguidas por ondas mais serenas. Há mar para todos os gostos, incluindo para os surfistas.

No areal havia imensos vendedores, dos mais ricos petiscos, que iam propagandeando o seu produto: "Cáaaaaa…..marão! Camarão, camarão, camarão!", "Queeeeeiijo ná brasa!", "Iscou (ou seja, skol, que é uma marca de cerveja brasileira), coca, água e guaravita (mistura de guaraná com qualquer coisa muito doce…já tentei provar e fiquei-me pelo primeiro gole)", "Saaaanduíche naturau"…

Nas praias brasileiras não se usam toalhas de praia (isso é um atestado de turista). Como substituto usa-se a chamada saída ou paréo, que é um tecido fino e colorido. Os "machos" não levam nada, secam a carapaça ao sol.

Por enquanto, podemos dar voltas em pequenos grupos pela praia que sabemos sempre onde estão os outros – os branquelas vêem-se ao longe (mas pelo andar da carruagem não vai durar muito)... esperemos!
Ah, e o João aproveita para deixar aqui um abraço aquela onda que ele gostou muito, e que lhe deixou o nalguedo em fracas condições para se sentar nele... agora as interpretações é com voces!



10/03/2007

Finalmente fomos à cidade maravilhosa, ao Rio de Janeiro, depois de uma manhã de ortopedia passada a ver radiografias de fracturas, luxações, próteses e outros equivalentes. O motivo ainda não foi turismo, mas burocracia a tratar na polícia federal.

Não fomos de ónibus nem de van. Desta vez, o meio de transporte escolhido foi a barca, que tem capacidade para 1400 pessoas, e demora cerca de 12 minutos a fazer a travessia.

O Rio de Janeiro é uma cidade completamente diferente de Niterói. Assemelha-se a algumas cidades europeias, uma que se vêem edifícios que lembram monumentos antigos. Para além disso, tem avenidas cercadas por arranha-céus parecidas com aquelas de Nova Iorque. O tio da Catarina, que tem mais de 70 anos e é muito magrinho, foi buscar-nos à barca e levou-nos à polícia (ficámos a saber que afinal podemos e devemos tratar tudo na polícia federal de Niterói…) e mostrou-nos alguns locais interessantes daquela zona do Rio. Entre eles, conhecemos a confeitaria Colombo (que, segundo as meninas está sempre a aparecer nas novelas) e o Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, que é uma biblioteca magnífica com mais de 400.000 livros. Depois de lá estarmos um bocado, eu e a Joana lembrámo-nos de uma passagem do livro "Codex 632", do José Rodrigues dos Santos, jornalista da RTP, em que ele descreve esta biblioteca e as descobertas revolucionárias sobre a nacionalidade de Cristóvão Colombo (portuguesa!!!) efectuadas pela personagem principal. Fomos falar com a bibliotecária e ela confirmou-nos que o José R. Santos tinha lá estado a ler uns livros, naquela mesma mesa onde nos tínhamos sentado, e que a personagem encarregue da biblioteca no livro era ela mesmo! Ainda nos disse "Até fiquei boba quando ele me disse que ia fazer parte do romance". Que coincidência!

Ahhh, quase que me esquecia, o tio da Catarina, apesar da idade, andava à velocidade da luz, e nós todos atrás dele, com os bofes de fora, sempre a acelerar o passo, não nos fosse o guia desaparecer de vista.

(texto do Carlos)



06/03/2007

Hoje assistimos à primeira aula de Medicina Legal. O professor tinha muitas parecenças com o Coutinho na maneira de dar a aula (quem o conhece sabe ao que me refiro...), só que era mais gordo.
Aqui ficam algumas pérolas ouvidas durante a aula:
"Na briga entre o mar e a montanha quem se f*** é o marisco"
"Ele cantou e subiu" = bateu a bota
"No Brasil lei é para pobre, preto e mal esclarecido"
"Então bicho?"
"Arreda capeta" = Deus me livre
"Pode quebrar o meu galho? Quem quebra galho é macaco gordo"
Aqui vão mais algumas fotos.

Isto é o que se vê da cobertura do prédio onde os rapazes estão instalados (esperemos que por pouco tempo...).


Estas foram tiradas no domingo, quando regressávamos do Clube Português de Niterói. Mesmo ao final da tarde está muito calor e um côco gelado sabe sempre bem (os brasileiros dizem que é muito hidratante). Olha o Rio lá ao fundo.
Ontem alguns de nós fizeram uma primeira incursão à praia. Aqui estão as fotos para o comprovar =) as imagens de Piratininga são bonitas, mas a praia não era um exemplo de limpeza...

Fica prometido que o tom de pele vai melhorar!
A primeira aula na Faculdade de Medicina da UFF foi de Ortopedia. Pontos a reter:
- a aula não começou a horas; se ninguém se lembrar de avisar o "proféssô" ele não vem e a aula vai "pó espaço";
- os 3 aparelhos de ar condicionado da sala fazem tanto barulho que quase não se ouve o professor;
- toda a gente se senta na frente, até vão buscar cadeiras ao fundo da sala para levar para a frente. Só os portugueses ficaram lá atrás. Aliás, só os portugueses não. Havia também um moço que deve ter ido para a escola de samba no dia anterior e ficou lá atrás para poder tirar um "cochilo";
- toda a gente come descaradamente durante as aulas. Há até quem saia a meio da aula para comprar aperitivos de cebola e distribuir pela turma;
- os alunos não se inibem de usar as cadeiras para esticar as pernas (tudo sobre o olhar do professor).
Ah... A aula em si foi um bocado seca e desorganizada. Esperemos que melhore, uma vez que os nossos colegas disseram que as aulas costumam ser mais interessantes...

(texto original da Catarina)
Tem feito parte do meu pequeno-almoço quase todos os dias. A Joana também gosta muito. Muito bom! Recomenda-se, por isso...

04/03/2007

Aqui está o nosso primeiro post.

Viagem: cansativa, muitas saudades, muito sensação de irrealidade (Eu estou mesmo a ir para o Brasil???!!!!!!! 6 meses???!!!!!). O avião partiu com um atraso de quase 1hora e meia e demorou 12h até chegar ao Rio de Janeiro, porque fez ainda escala em São Paulo (que fica a sul do Rio). Como o céu estava razoavelmente limpo, deu para ver muitas cidades brasileiras e comparar as suas dimensões relativamente às portuguesas. O Brasil é enorme!

A chegada: fomos muito bem recebidos pelos tios da Catarina e amigos deles. O ar estava abafado e quente - uns míseros 38 graus. Como aterrámos no Rio de Janeiro, fomos de boleia com eles até ao alojamento que eles nos arranjaram em Niteroi. O primeiro contacto com o Brasil foi de certa forma um choque, mas menor do aquele que estava à espera. Durante a viagem aeroporto-Niteroi deu para nos apercebermos vagamente da dimensão do Rio de Janeiro. É realmente colossal, assustador… Passamos numa via rápida que tinha uma faixa vermelha na qual não se podia parar em caso algum, uma vez que esse troço era ladeado por favelas de ambos os lados. Muito bonito :)

Alojamento: são os dois numa zona segura: Niteroi é bem mais calmo do que o Rio. As raparigas estão alojadas num T2 com uma varanda enorme que faz parte do condomínio onde estão (uma coisa muito familiar), que é o local das nossas refeições. Quanto ao alojamento dos rapazes, fica no 6°andar de um prédio luxuoso, que tem ginásio e piscina na cobertura, que podemos usufruir. O problema é que é bastante caro, quando comparado com o das raparigas, além de ser apertadito. Todo o luxo é bem vindo, mas como não é disso que estamos à procura, já andamos a tentar arranjar outro local para ficarmos. A zona é bastante segura, não há problema nenhum em andar nas ruas! E que diferença é andar aqui nas ruas e em Portugal... Vêem-se prédios enormes e depois casas pequeninas, muitas árvores, muita gente em trono nu, churrascos na rua, as lojas não têm portas, são tipo garagens...

Transportes: a pé é a melhor solução. O hospital universitário, que se chama Hospital Universitário António Pedro, fica a cerca de 15min a pé do local onde estamos. Os ônibus (só pa dizer que já sabemos falar estrangeiro…) estão cheios de gente e não são uma opção muito viável. Para além disso, a temperatura varia entre 30 graus (à noite) e os 39 graus (de manhã), e andar com a cabeça ensovacada no braço de alguém não seria muito agradável. Há muito trãnsito e pouco respeito pelos sinais. O engraçado é que o sinal para peões só muda de vermelho para laranja (com um homenzinho a correr). Não há verde sequer...

Segurança: andar o mais simples possível (calças ou calções e t-shirt), evitar falar muito alto (somos portugueses - estrangeiros - dinheiro). Levar trinta reais no bolso (11 euros) para o caso de sermos assaltados - é a multinha por assalto. Até agora não tivemos problemas nem vimos nenhuma situação de roubo.

O Dr. Alberto Gemal, um amigo do Dr. Pedro Amorim, tem sido o nosso guia a todos os níveis, e é 10 estrelas. A primeira coisa que nos disse foi o seguinte:
No Brasil há duas regras:
1 - Tudo é possível
2 - À partida desconfiar de toda a gente
Levou-nos a dar uma voltinha no seu carro (8 pessoas metidas dentro de um jipe lol) e a almoçar num restaurante muito porreiro.

Alimentação: aqui é quase tudo restaurantes em que se paga a comida ao kilo (por 1kg paga-se entre 6 e 12 euros - é extremamente penoso fazer a conversão real - euro: um euro são 2,70 reais), o que é barato, comparativamente a Portugal. A fruta é óptima e barata. Come-se em restaurantes por máximo 10 reais, que são cerca de 3,70 euros, e bem! Mas vamos fazer quase sempre comida em casa...

Ainda não tivemos grande tempo para diversão. Até agora foi tratar de papeladas na faculdade, Internet, nº de telemóvel brasileiro, alojamento, compras… Hoje foi o primeiro dia em que estivemos mais libertos e pudemos passear pela cidade e fazer as primeiras comprinhas (e escrever este post). Há uma rua paralela ao calçadão que é óptima para compras, só lojas de um lado e do outro. Há algumas coisas que não são tão baratas quanto estávamos à espera, mas mesmo assim há muitas coisas que valem a pena ;)

Amanhã, se tudo correr como o planeado, vamos à praia. Temos que ir de autocarro porque, embora as praias centrais de Niterói sejam muito bonitas, a água não é muito aconselhável para banhos… Assim, temos que ir para praias mais periféricas.

Esta foto foi tirada no ispectaculare terraço da casa das raparigas, o local habitual das nossas refeições.

01/03/2007

Só para dizer que está tudo ok com todos... A nossa "ausência" está a dever-se ao facto de termos muitas coisas para tratar e ainda não termos tido tempo para instalar internet nas nossas casas.
Fomos muito bem recebidos pelos professores da faculdade; são pessoas muito simpáticas e acessíveis. Inclusivamente houve um que nos levou a dar uma voltinha de carro por Niterói.
O calor é sufocante... Temos apanhado 36-38ºC, os próprios brasileiros estão sempre a queixar-se do calor que tem estado.
Esperamos que em breve já tenhamos resolvido todos os assuntos pendentes e possamos falar convosco mais assiduamente. Todos precisamos...
Abraços e beijos para todos.

Carlos, Catarina, Joana, João, Lara, Luno (é como lhe chamam cá, ninguém conhece o nome Nuno...) e Sofia