30/06/2007

Buenos Aires e Montevideo. Parte 5 (e última)

Montevideo
Partimos para a capital do Uruguai, Montevideo, por duas noites, a partir da agência Buquebus, o que implicou uma viagem de três horas: ferry de BA até Colónia, e "colectivo" até ao destino pretendido. Entre os passageiros que nos acompanharam, destacaram-se uns adeptos do Boca Juniors, que iam ver a final da Copa Libertadores a Portalegre, a selecção feminina de hóquei em campo do Uruguai e um casal incomum, com um idoso "paquerando" descaradamente a quase adolescente.

Montevideo é uma cidade bem mais pequena do que BA, com uma zona antiga, a "Ciudad Vieja", com alguns monumentos interessantes (Inglês, Cabildo, Igrejas) e outra zona mais recente, donde se destaca a Plaza da Independência, com o sumptuoso Palácio Salvo e o Teatro Solís.

Para conhecer a cidade por fora, percorremos a marginal, novamente acompanhando as águas do Rio da Prata, e aproveitamos para, no final, repousar numa das esplanadas da feira popular para comer os churros da "Manola".

No dia seguinte, a cidade escureceu e choveu copiosamente, pelo que nos ficámos pela visita do mais turístico centro comercial da cidade, o Punta Carretas Shopping, e pelos confortáveis sofás do "Red Hostel", acompanhados por uma deliciosa lareira e uns filmes do momento.

Na viagem de regresso o insólito aconteceu: o autocarro que nos transportava de Montevideo de volta para Colónia foi atingido por uma pequena pedra e ficou com o vidro frontal partido; tivemos que aguardar uns 20min por outro autocarro.

Termino como comecei: a viagem foi fantástica!



Carlos

29/06/2007

Buenos Aires e Montevideo. Parte 4

Alimentação
Em cafés acolhedores, bebemos chocolates quentes acompanhados por "medialunas" (croissants) ou chá de mate (símbolo da região) com bolinhos de manteiga.
Nos característicos restaurantes argentinos, como o Don Ernesto ou o Desnível, saboreamos um bom "bife de chorizo" (de uma espessura invejável), acompanhado por batatas fritas às rodelas. A "parrillada" (churrasco de carnes) fez também parte de outra ementa. Em alturas de poupança, refugiávamo-nos na económica "milanesa de ternera" ou de "pollo" (bifes gigantes panados).
No Uruguai, experimentámos os típicos "Chivitos", uma espécie de francesinha com "papas fritas" em quantidades desmesuradas.
Uma vez, após abandonarmos o restaurante, ouvimos uns gritos e um empregado de mesa a correr na nossa direcção, com uma cara de poucos amigos. "Faltam 5 pesos!". "Pedimos imensa desculpa. Aqui estão!" – retribuímos. Não só decidimos não voltar ao restaurante (apesar de bom, correríamos sérios riscos de envenenamento) como passámos a dar umas gorjas, até então puras miragens.


Noite
Depois da traumática experiência no "Amerika", passámos a informarmo-nos melhor dos sítios a escolher.
Ir a BA sem ver um tango magnífico seria pecado capital. Rumámos em direcção ao lendário Café Tortoni, com reserva antecipada, para assistir a um belo show de tango, que incluía, para além da sensual e voluptuosa dança, melodias cantadas ou apenas instrumentais e um espectáculo de sapateado acompanhado por sons produzidos pelo bater de bolas de couro no chão, presas por um fio às mãos dos artistas. Muy bueno.
Depois da habitual visita a um característico bar argentino (com uma esplanada ao ar livre semicoberta e aquecida), decidimos terminar a penúltima noite em BA no Museum, uma enorme discoteca com a capacidade para mais de 1500 pessoas. Com luzes psicadélicas e lança fumos a promoverem o ambiente nocturno, dançámos ao som das pirosas músicas espanholas da moda e de house.



Compras

Cidades turísticas como BA e Montevideo fomentam e ganham boas somas à custa dos "recuerdos".

O inevitável mate (um recipiente onde se coloca o típico chá argentino que se bebe com uma "bombilla" especial) foi compra irrecusável, assim como as camisolas da selecção da Argentina e, para mim, meias de futebol de selecções e clubes sul-americanos. As penúltimas não foram adquiridas em qualquer lado, mas sim no Paseo de las Compras, um local onde se vendiam marcas conhecidas a preços caricatos, não fosse este, por excelência, um armazém de contrabando sul-americano de manufacturas.

Também passeámos por ruas mercantis de alta qualidade, como Lavalle, com um excepcional comércio de rua, ou Florida, com as galerias Pacífico e lojas para bolsos acima da média. A entrega de publicidade fazia-se constantemente, mão a mão, em cada esquina, fosse ela de restaurantes, bares, lojas de couro ou até…meninas!



Carlos

28/06/2007

Buenos Aires e Montevideo. Parte 3

Bairros (parte II)

Puerto Madero
É um bairro moderno, que se desenvolveu junto ao Rio da Prata, com prédios futuristas e quatro diques, ao redor dos quais se estende uma série de restaurantes, bares de luxo (entre eles o Hollywoodesco Hooters, caracteristicamente servido por empregadas jovens com curvas sinuosas) e uma zona ecológica protegida. A ponte da mulher e as duas naus atracadas, o Casino de Buenos Aires e a Fragata Sarmiento (antigo barco-escola da Armada Argentina), completam os outros pontos de interesse que nos deliciaram.



Retiro
Como o próprio nome indica, este bairro serviu de refúgio, do tipo religioso, no séc. XVIII.
Passeámos pela Torre Monumental, com o seu relógio à Big Ben, pelo edifício Kavanagh (o primeiro arranha-céus da cidade) e pela praça San Martin, que, como qualquer parque da cidade, possui uma enorme vedação no interior da qual passeiam, livremente, dezenas de cães deixados pelos donos, ao cuidado de jovens que aproveitam a oportunidade para receber uns trocos.



Palermo

Na Primavera, este seria provavelmente o bairro mais encantador de Buenos Aires, visto que possui jardins extensos, como o Rosedal, o Jardim Japonês e o Jardim Botânico (um autêntico viveiro de dezenas de gatos obesos com uma panóplia de espécies vegetais). Juntamente com a Recoleta, Palermo Chico encantou-nos pela quantidade prodigiosa de mansões, palácios e lojas de alto gabarito.



Recoleta

O bairro mais rico da cidade, tendo como principal atracção um cemitério, constituído por centenas de mausoléus admiravelmente esculpidos, onde jazem as mais altas figuras da sociedade portenha. Mais recente, é a Floralis Genérica, uma bonita flor metálica (cujas seis pétalas fecham ao anoitecer e desabrocham pela manhã), com um espelho de água, situada na Plaza das Nações Unidas.

Na Plaza General Mitre assistimos à gravação de um típico videoclip da música da moda, com as "chicas" a envergarem roupas curtas e justas que farão disparar muito mais as vendas, do que a qualidade da canção.

No Museu de Belas Artes, tivemos a oportunidade de observar pinturas e esculturas da autoria de artistas famosos, como Rembrandt, Picasso, Monet, Miró, Van Gogh, Goya, Gaugin, Rodin, Kandinsky e muitos mais.



Carlos